O papel que as redes sociais têm no nosso dia a dia é extremamente poderoso e incontornável. Somos informados 24/7 pelo que se passa no mundo, somos entretidos por memes, puns e GIFs, e acima de tudo, procurarmos por uma ligação, um sentimento de pertença com a imensidade que é a World Wide Web.
Apesar de todas as razões mencionadas anteriormente, nós andamos fartos das redes sociais.
Publicidade nas Redes Sociais? Não, obrigado!
Se tu tens um negócio e desejas promovê-lo nas redes sociais, provavelmente já te deparaste com paid media. Nos dias de hoje, não é só importante ser relevante, também tens de saber como atingires o maior número de pessoas, ou melhor dizendo, as pessoas certas.
Com o paid media, tu podes atingir esses mesmos resultados de marketing. Embora a publicidade nas Redes Sociais seja uma indústria recente, é esperado que em 2019 gere a uma escala global, 100,927 milhões de dólares de receita (€89,383m), registando um aumento de 24,5% até 2023.
Parece que a publicidade não vai desaparecer das redes sociais num futuro próximo, o que nos deixa com nenhuma opção mas procurar a próxima grande plataforma. Do Facebook, para o Twitter e mais recentemente, para o Instagram. Corram pelas vossas vidas!
O Rei Manda…que o Algoritmo é o Comandante!
Todas as decisões que fazes nas redes sociais influenciam de alguma forma o algoritmo. Desde o vídeo do gatinho que viste no Instagram, ao comentário que o teu amigo acabou de escrever no Facebook, o algoritmo decide o que vais ver a seguir, com base em inúmeras variáveis, nomeadamente a taxa de interação.
Além disso, os algoritmos das redes sociais estão constantemente a ser modificados, deixando tanto os utilizadores como as páginas profissionais confusos, com a noção de que não percebem como o algoritmo funciona e que não têm qualquer controlo sobre o tipo de conteúdo com que interagem primeiro. Ou seja, procuramos cada vez mais plataformas sociais que não incitam a criação de feeds gerados artificialmente pelo algoritmo.
Sai daqui! Os meus dados pessoais são privados!
O uso das redes sociais pode não custar no teu bolso, mas vai custar imenso na tua privacidade. Por vezes esquecemo-nos de que sempre que aceitamos os termos e condições de qualquer plataforma, estamos a dar uma pequena, mas importante parte de nós: os nossos dados pessoais.
O problema do Social Data Mining têm sido cada vez mais recorrente. Tomemos por exemplo, o escândalo do Cambridge Analytica: mais de 87 milhões de utilizadores tiveram os seus dados pessoais expostos pelo Facebook para o Cambridge Analytica, que trabalharam na campanha eleitoral de Trump, e que teve um efeito nos resultados eleitorais.
Só na Europa, o número diário de utilizadores que acedem ao Facebook diminuiu de 279 milhões para 278 milhões, e a utilização do Facebook pelos Europeus registou um decréscimo de 376 para 375 milhões. Agora, mais do que nunca, estamos à procura de plataformas confiáveis que respeitam a privacidade do seu utilizador.
O brilhantismo e a queda da Vero App
Criado em 2015, a Vero é uma rede social de partilha de fotos e links com um grande ambição: dar o poder de novo a ti, o consumidor. A promessa? Não há anúncios publicitários, algoritmos, ou data mining, procurando por uma forma mais autêntica de auto-expressão.
Apesar da Vero partilhar funcionalidades similares com o Instagram, existem ainda problemas a resolver.
Com a remoção da publicidade, a Vero irá lucrar com a atribuição de uma subscrição mensal. O problema é quando consideramos a audiência da Vero: os millennials. Como podemos convencer uma geração inteira a pagar por um serviço online, quando à partida já esperam que tudo o que é online, é gratuito?
A Vero têm adiado a execução de uma subscrição mensal, mas pretende começar a cobrar no início deste ano.
Nos dias de hoje, se um negócio, tanto pequeno como grande, não têm presença online, não existe. Como é que as empresas poderão utilizar plataformas como a Vero, uma plataforma sem recurso a anúncios, para o seu benefício? É verdade que a Vero pode ser uma ótima forma para uma empresa pesquisar e saber mais sobre o seu target. Mas se o objetivo de negócio proposto é tentar atingir o maior número de pessoas, então como é que plataformas sem anúncios poderão ajudar neste sentido?
Não podemos esquecer: o Facebook e Instagram ainda são os grandes da indústria, e têm uma legião de fãs muito maior do que a Vero. Se de facto a Vero conseguir destronar o Facebook, ainda existe a chance de que ser ultrapassada e comprada pelo Facebook, tornando-se como muitas outras anteriores a ela: uma grande corporação regida por valores consumistas.
A Vero promove-se como “the True Social Media Platform”. É a forma mais inteligente de socializar, partilhar, conectar e pesquisar por coisas com que te realmente importam. Por outras palavras, a Vero quer que tu sejas o curador da tua vida, num ambiente sem qualquer influência publicitária.
No entanto, a Vero e outras plataformas semelhantes ainda enfrentam alguns desafios, nomeadamente como convencer o utilizador de que se pagar por uma subscrição mensal, ganhará muito mais do que um serviço; ganhará um espaço onde pode ser livremente quem deseja ser.
Qual é o futuro das Redes Sociais?
Como proprietário de uma empresa, podes pensar que as redes sociais deixarão de ter um propósito no futuro, há medida que as pessoas saem das redes sociais, e aumenta o investimento a fazer em paid media, como forma de ganhar algum nível de visibilidade num ambiente que se têm tornado cada vez mais competitivo e saturado.
A queda da Vero somente confirmou que o caminho para adoptar uma plataforma mais focada no aspeto social ainda é longo, mas que irá acontecer. As grandes empresas e corporações continuarão a prosperar nas redes sociais, até o seu consumidor modificar os seus modos de uso das redes sociais.
Em suma, as redes sociais não vão desaparecer, mas progredir, talvez até voltar à sua infância, onde havia uma preferência pela integração com os mais próximos do nosso círculo social, ao invés das marcas e empresas que seguimos. Consequentemente, à medida que os indivíduos procuram por novas formas de comunicar, também terão as marcas de saber responder a esta necessidade. Ou seja, marcas: parem de se colocar num pedestal, e comecem a ouvir as suas audiências. Um dos primeiros é dar fornecer uma experiência pessoal e com significado ao seu utilizador.
Apesar de gostarmos de nos intitular como Magos do Digital, ainda não sabemos prever o futuro. Mas se já chegaste até este ponto e ainda não morreste de tédio, partilha connosco o teu ver.
Como achas que vai ser o futuro das Redes Sociais?