A Indústria do Hollywood, já nos demonstrou inúmeras vezes máquinas com vontade própria, responsáveis pelas suas ações. Por vezes, levando a um fim apocalíptico onde os seres humanos se tornam escravos da sua própria criação. Mas será que os computadores conseguem realmente pensar ou ser criativos?
As máquinas estão a chegar!
Em 2016, o supercomputador Watson da IBM (um exemplo perfeito de inteligência artificial) esteve envolvido na criação de um trailer para o filme Morgan. De forma a produzir esta peça, o supercomputador analisou uma grande quantidade de informação, composta por imagens, sons e outros elementos de mais de uma centena de trailers de filmes. No fim, a máquina percebeu como estruturar um trailer e desenvolveu um para o filme Morgan. Poderemos definir isto como uma forma de criatividade? Isto quer dizer, será que o resultado do processo foi uma demonstração de pensamento criativo ou apenas o produto da combinação e organização de informação?
Tendo em consideração a definição de criatividade pela Google, que é o “uso da imaginação ou de ideias originais para conceber algo”, chegámos à conclusão de que o trailer realizado pelo Watson da IBM poderá não ser o melhor exemplo de criatividade em inteligência artificial, visto não ter produzido algo do nada.
É certo que as máquinas podem aprender a ser criativas, visto serem capazes de ler mais informação num curto espaço de tempo, do que os seres humanos. No entanto, não deveria o ato de “criar” estar também relacionado com a ideia de originar algo único e não simplesmente de aprender e executar?
Estes tópicos estão em alta!
Apesar da opinião geral assentir que máquina dominará o ser humano, o ser humano será sempre responsável por programar e desenvolver a inteligência artificial. Consequentemente, se os seres humanos são os que desenvolvem esta tecnologia, então terão sempre influência na sua lógica e no resultado final produzido pela máquina.
Poderá então a “criatividade gerada por IA” ser apenas um dispositivo que imita a nossa lógica? Neste caso, a inteligência artificial não seria capaz de gerar realmente algo único. Seguiria apenas os nossos processos criativos e a imitá-los-ia.
Criatividade significa fazer escolhas. Por exemplo, na Brief temos que decidir sempre qual é a melhor abordagem criativa para responder a diferente tipos de problemas. De forma a atingirem soluções únicas e eficazes, computadores e máquinas não se poderiam limitar à imitação. Tinham que efetivamente desenvolver soluções próprias. Será que já o estão a fazer?
Okay, inteligência artificial. Isto está a ficar fora de controlo.
Em 2015, investigadores treinaram robots num ambiente virtual em que não teriam a possibilidade de utilizarem as suas pernas. Quando tentavam encontrar o menor valor possível para o contacto das pernas com o chão, o computador apresentou-lhes o valor 0. Como é que os pés do robot não tiveram qualquer contacto com o chão? Bem, o computador chegou a uma solução: fazer com que o robot caminhasse com a ajuda das suas articulações dos cotovelos. Será isto criatividade? Semelhante ao exemplo do computador da IBM, não podemos responder a isso, visto que envolveria redefinir o próprio conceito de criatividade.
Outro exemplo interessante foi o caso dos robots de IA do Facebook, com o objetivo de testar a sua eficiência em negociar trocas. Enquanto tentavam alcançar esse objetivo, os robots começaram a comunicar uns com os outros numa linguagem própria! Se és daquelas pessoas que acredita fervorosamente que a tecnologia tem os seus limites, pensa novamente!
Não me levem o trabalho.
Há medida que a tecnologia promove mudanças na sociedade, a inteligência artificial cria novas perspetivas sobre a definição de criatividade. De todas as definições existentes, surge uma que se está a tornar bastante presente no quotidiano dos profissionais criativos: Será que a IA me vai substituir no trabalho?
De acordo com um estudo apoiado pela Adobe, a maioria dos criativos entrevistados afirmou que não têm receio da importância crescente da inteligência artificial no seu local de trabalho. Contudo, têm consciência de que trará uma realidade completamente nova. Esta falta de receio de algo que continua a mostrar progresso a cada dia que passa, apoia a ideia de que a tecnologia é apenas uma extensão dos nossos corpos. Sendo uma mera extensão dos nossos corpos, esta continua a poder ser manipulada pelos seres humanos (estão a ver, fãs do Exterminador?). Isto é o que ainda poderá ser confortante para nós, criativos, ou seja, sentir que o que fazemos ainda terá de ser executado por humanos.
O que achamos disto tudo.
Este tópico é contraditório, até mesmo com a nossa equipa da Brief. Alguns de nós acreditam que a criatividade não pode ser recriada num dispositivo com inteligência artificial, já que necessitaria de ter emoções e sentimentos para criar algo. Outros, acreditam que é apenas uma questão de tempo para vermos computadores a executarem tarefas criativas tão bem como os seres humanos. Apesar da nossa disparidade de opiniões, existe algo em que todos concordamos – a tecnologia vai redefinir o nosso trabalho e irá mudar profundamente a nossa realidade. Aliás já o está a fazer com a criação deste artigo, que nos fez pensar o que é a criatividade e qual o seu verdadeiro significado.
Qual é tua opinião sobre este assunto? Tens uma visão apocalíptica do que a tecnologia será? Ou tens uma perspetiva mais positiva? Acreditas que a I.A. será capaz de desenvolver um processo criativo sem ajuda humana? E será que a I.A. melhorará significativamente os nossos métodos de trabalho?
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